(olha, até rimou)
Ou piada interna de 40 mil pessoas: VERMELHO NA SOMBRA !!**
Me poupe né? 200 reais UM ingresso? tem mais é que passar 3 dias e 3 noites debaixo de sol escaldante pra dar valor pro dinheiro, pufff.
E não, nada contra a banda. Gosto sim, até iria DE NOVO.
Sim, eu fui em 98.
Gastei cerca de R$ 40, incluindo a carteirinha de estudante que tive que fazer na hora, porque era janeiro e as coisas nao eram válidas até março do ano seguinte quando eu fazia colégio.
Vamos lá, janeiro de 98. C&A vendendo ingresso pro U2, o caos. Montes de ingressos falsificados. Ingressos de estudantes só seriam vendidos depois, beeem depois, na sede da Une, na Vergueiro. Porque na minha época as coisas todas funcionavam lá, venda de ingresso pra estudante, fazer carteirinha antes de pedir pela escola, e coisas importantes da juventude politizadinha de 20 e poucos anos (não que eu tivesse 20 e poucos anos naquela época, veja bem).
Sei que começou a vender numa segunda, prevendo o caos, fui um ou dois dias depois. Garoava e eu peguei um ônibus tri-lotado antes das 7 da manhã, eu acho.
Cheguei lá, fila. Não de dobrar o quarteirão em várias vezes como no primeiro dia, só uma dobrinha e puff, vamos lá, nem tava chovendo mesmo.
8 da manhã, 9, quase 10 e nada da fila andar. Junto comigo estavam um grupinho de jovenzinhos descolados publicitários (desculpe o pleonasmo), curtindo a fila e a coisa toda.
Comecei a ficar preocupada, afinal as 13hrs eu tinha que estar na Vila Leopoldina pro meu feliz estágio de 4 horas diárias. Uma das publicitárias descoladas também tinha um emprego a zelar, conversamos, contei da minha carteirinha que era válida até 97, ela propôs: vamos entrar lá pra vc fazer sua carteirinha nova ...
Fui.
Expliquei e nos deixaram entrar.
Fiz a carteirinha.
Sair e fila?
Hã.
Telefonei.
Ela telefonou.
Puxamos assunto com um repórter.
Ela ligou pro celular dum amigo que tava na fila mandando ele vir pra porta (veja bem que celular naquela época era coisa rara rarissima, o Baby da Vivo, primeiro pré-pago, só foi lançado em 99). O carinha foi, levou dinheiro pra comprarmos ingresso pro resto do povo.
Sei que depois duns 40 minutos começaram a estranhar a gente ali. A moça, publicitária e cara de pau (desculpe o pleonasmo again) contou a situação prum segurança. Ele ordenou: desce a escada ali e fica ali atrás da árvore.
Bem, nos escondemos atrás da árvore.
Começou a chover.
E começou a vender ingresso.
Logo depois de pensar que iamos mofar ali e virar esqueleto e entrar pra história e etc e tal, o segurança foi nos chamar: entra ali depois daquele grupo.
Hã.
Comprei meu mísero ingresso e uns 2 pros amigos dela, não lembro qual era a tolerância. Peguei o bumba feliz da vida e sem comer nem beber nada direto pro estágio.
No final de janeiro foi o show, Morumbi, sozinha (coisa que minha mãe nem imagina). Depois de ter trabalhando a manhã inteira como estagiária-chefe-estressada (foi aí que descobri que não levo jeito pra mandar em porra nenhuma).
Fim da história.
(E veja bem, hoje eu ganho quase 10 vezes mais que eu ganhava naquela época, tenho carro e outros meios de ir pra shows sem precisar voltar sozinha de ônibus de madrugada, mas sou idosinha, tenho financiamento da minha casa pra pagar, dividas enormes e noção graças a ir em muitos shows antes dos 20 anos. EU ACHO UM ABSURDO ALGUÉM PAGAR AQUELE VALOR DE INGRESSO PRA VER PEARL JAM, AFF AFF AFF)
** só pra quem foi, não tem jeito